O FILHO DE LÁZARO

Jack e Alison Heywood formam um casal em dificuldades: a empresa de charters que Jack dirige vai mal e ele acaba de ser expulso de casa porque teve um caso com a secretária. Na ausência do pai, Ben, de 12 anos, deve levar a irmã Frankie, de sete, para a escola. Então, acontece: ele atravessa a rua para comprar balas, ela o segue e é atingida por um ônibus. Frankie cai em estado de coma profundo, e Ben fica quase catatônico, traumatizado pela cena do acidente e pela culpa. Depois de meses de vigília, e contra todas as evidências de falta de esperança, Jack e Alison resolvem se agarrar a sua última chance: a neurologista Elizabeth Chase, que havia perdido um irmão em coma e dedicava-se, com algum sucesso, a resgatar crianças desenganadas. A médica, que suspeita haver uma forma de comunicação possível para pacientes naquele estado, fica intrigada com as demonstrações de que Ben de alguma forma percebe o que a irmã está experimentando na inconsciência. O desafio é fazer com que o menino invada aquele plano desconhecido, encontre a irmã e a traga de volta. É arriscado, mas pode ser a salvação também para Ben, que mergulha num isolamento emocional cada vez mais intenso. A obsessão pela cura que move Lizzie Chase encontra na coragem e no amor dos Heywood pelos filhos a aliança necessária para enfrentar grupos de direitos humanos e restrições da lei americana. Robert Mawson explora com habilidade o mundo fascinante das viagens psíquicas através de personagens sensíveis e diálogos interessantes, mostrando incrível facilidade para os cortes e as conexões entre as cenas, que garantem o entendimento e criam interesse crescente. O autor lança mão de surpresas seguidas ao longo da trama para levar o leitor ao final desejado e emocionante. O filho de Lázaro fez fama de Robert Mawson e foi o centro de um leilão que mobilizou americanos e europeus na Feira de Frankfurt, de 1997.