Sinopse
Pode-se ler esse livro como uma alegoria: o deserto em que vagueia o anacoreta, por entre penhascos e areia, tudo povoado por fantasmagorias e alucinações, é também o da literatura, aquele espaço literário, já esvaziado e repleto de tentações, e que Maurice Blanchot, num gesto de pura e absoluta genealidade, soube ler, de modo tão preciso, quanto complexo, como etapa decisiva na chamada literatura moderna. Ahistória foi contada em detalhes por esse admirável Maxim du Camp no quinto capítulo de de suas ricas (1822-1894), intitulado precisamente Gustave Flaubert convocara dois amigos, Maxim e o poeta Louis Bouilhet, para ouvir, sem direito a interrupções, a leitura de um novo livro que ele terminara de escrever, depois de anos de trabalhos, que envolviam pesquisas históricas e religiosas volumosas e rigores estilísticos. Trabalhos tão exigentes que chegaram a por em perigo a saúde do jovem escritor, o que motivará a viagem que fará em seguida, ao Oriente.