Sinopse
É Montevidéu , uma Montevidéu atual, velha cidade tomada e degradada; triste e aterradora. De silêncio ignominoso. Nela tem lugar uma conversa entre duas mulheres de gerações diferentes:uma tem vinte anos e a outra, quarenta e oito. Ali, fora do tempo, unem-se três cidades: Buenos Aires, Montevidéu e Santiago. A conversa da forma a uma única determinação: a luta. Desemboca em um único presente: a morte. A mulher mais velha fala a partir de um estado de perplexidade, sobressalto, que até hoje a invade diante da maneira de entender a vida de um grupo de jovens que mais pareciam "meninos saídos prematuramente da escola" que existênciais decididas a dizer não, a enfrentar a morte, a dor e, agora, o pânico e a impaciência.A mais jovem é a raiva; a vida partida; a sensação de ter-se exaurido para realizar um protesto milenar diante da injustiça. Com tudo isso e mais seu ressentimento, no entanto, ela sabe que só uma coisa não era possível: ficar de fora. Porque quanta diferença numa vida feita de gestos, de momentos, de afetos súbitos que em determinado momento significarm tudo. Uma vida feita de uma morte que não é necessariamente a face oposta da felicidade e da vida.Na atmosfera da narração está o terror, a impotência, o silêncio dos desaparecidos, a frieza torturador. Estão os milhares de mortos e a força selvagem da ordem vigente. E subversiva, latente, intensa, estpa a fé na luta. A consciência de que a vida é outra.