Sinopse
Para traduzir o século XIX: Machado de Assis, de Eliane Fernanda Cunha Ferreira, traz à baila um Machado pouco explorado nos meios acadêmicos: o tradutor. Corroborando a afirmação de Antoine Berman, em A prova do estrangeiro, para quem “toda escritura está situada concretamente em um espaço em que há tradução e línguasâ€?, Eliane Ferreira nos mostra a relevância da tradução para a formação intelectual do nosso maior escritor, que deixou, disseminadas por sua obra, reflexões teóricas sobre o fenômeno tradutório, além de ter se dedicado à atividade tradutória e ter produzido críticas de traduções. Merecem destaque as discussões de Eliane Ferreira a respeito do papel da tradução, sobretudo de peças teatrais para um tablado efervescente, nas tensões entre a coexistência do modelo europeu e a busca de afirmação de uma literatura nacional autônoma no período pós-independência, em que se sobressai o debate sobre a “cor localâ€?. Por esses motivos, este livro não pode faltar das estantes dos aficionados e estudiosos, tanto de Machado de Assis como da tradução.