TEMPO FECHADO

Dono de um estilo consagrado, Ken Follett oferece ao seu vasto público mais um thriller de espionagem, suspense e ação com Tempo Fechado, uma trama sobre o roubo de vírus letais num laboratório escocês mantido pelo exército americano. A ameaça de guerra biológica já vem sendo bastante explorada por outros autores, mas o escritor britânico prende a atenção não apenas pelo tema, mas também pela riqueza descritiva, o perfil dos personagens e o conhecimento técnico sobre o assunto tratado. "Sangrava por todos os orifícios do corpo: olhos, narinas, boca, ouvidos, no meio de uma poça de sangue que encharcava o chão de tábuas." Este era o resultado de quem entrava em contato com o Madoba-2, o perigoso vírus mantido na empresa farmacêutica Oxenford Medical, conhecida como Kremlin, e que fazia pesquisas com vírus letais. "Segurança ali era questão de vida ou morte." Toni Gallo, a responsável pela segurança da empresa, compõe o perfil clássico dos protagonistas de livros deste tipo: eficiente ao extremo, decidida e adepta de algum tipo de arte marcial. É ela quem descobre o sumiço do temido vírus logo no início do livro, na véspera de Natal. Os capítulos, divididos por horários, vão mostrando a tensão crescente que envolve a trama, à medida que aumenta o medo de que o vírus se espalhe e provoque uma tragédia. Como é de seu estilo, Ken Follett cria vários núcleos de personagens que vão se encontrar no final do livro, num clímax eletrizante que dura mais de cem páginas.