Sinopse
Publicitário de profissão, Pedro Galvão é, na verdade, um alto funcionário da Poesia, a quem há muitos anos vem servindo com dedicação e capacidade exemplares. O comprovante de tão nobre ?servidão? os leitores vão encontrá-lo nos vinte e cinco poemas deste livro Bissexto, estruturados em múltiplas formas (sonetos, baladas, voltas a motes, amplas meditações em verso livre) e abrangendo larga variedade de temas ou assuntos, entre os quais adquirem especial relevância o amor e a morte, o tempo e os conflitos sociais, a cidade natal e os familiares, mas também as grandezas e misérias da vida cotidiana, entrevista em suas festivas ou doridas manifestações. Epígrafes e citações fisgadas a autores ilustres (Dante, Villon, Eliot, Carlos Drummond de Andrade) espelham as vinculações do poeta à mais pura tradição lírica ocidental, tradição que em linguagem não raro lúdica, propensa aos jogos verbais e a inflexões intencionalmente ?prosaicas?, ele assimila e prolonga em peças de esmerado apuro técnico e de inegável eficácia emotiva. É o caso, entre outros, de ?Guerramor?, ?Um conto, quase?, ?Vitória em silêncio? e sobretudo ?Legado quarentano? e ?Velho Pedro vai pra casa?, textos memoráveis a mais de um título, e de cuja leitura saímos para publicamente afirmar, pensando no autor que os concedeu e escreveu: ?Quem diz Pedro Galvão ¾ diz Poesia?.