A CRIANÇA E A PSICANÁLISE

A clínica do inconsciente exige uni maior rigor lógico em sua prática e teorização, ela invalida uma concepção imaginária e globalizante que. por meio de um primado terapéutico, ordenar-se-ia em uma visão adaptativa ao campo social. Fruto da-, experiências,, complementares dos autores, elaboradas e confrontadas em comum, este livro não limita a clínica, que serve de assento aos novos conceitos teóricos que propõe, a estudos de casos exemplares para os praticantes preocupados em encontrar, na condução dos tratamentos, referências do desenvolvimento que os uniformizariam: ele submete essa clínica aos conceitos, e os experimenta de maneira dialética, de sorte que a condução de uni tratamento possa tornar-se cada vez mais criadora, e que sempre espante.Assim, pareceu oportuno precisar em que ocasião foi criado ou utilizado tal conceito, tal vocábulo ou tal termo, para simultaneamente defini-lo ou redefini-lo, e indicar corno a clínica o faz nascer, distorce-o, coloca-o à prova e o questiona no tratamento.A obra não é, pois, reservada aos psicanalistas, podendo interessar a todos aqueles que, no campo de sua prática, pensam poder ampliar seu saber e sua criatividade, a partir das questões e das elaborações que propõe. No campo da palavra e da linguagem, campo em que se coloca a análise da criança, assim como a do adulto, todo aquele que entende abrir-se para aquilo que o preocupa pode parar um pouco e dar se tempo para lê-lo.