SÃO PAULO IMPERIAL: A CIDADE EM TRANSFORMAÇÃO

Esta obra delineia um panorama da Cidade de São Paulo tendo como referência o período imperial (1822-1889), caracterizando-a nas suas múltiplas faces. Ela retrata o cenário urbano de uma cidade em transformação. Em 1858, Robert Avé-Lallemant, ao se aproximar dela, registrou: avistei São Paulo, muito simples, numa colina sobre uma depressão... Que devo dizer da cidade? Muito lhe haviam contado da elegância das ruas, da limpeza das casas, do esplendor das igrejas e certa aparência aristocrática da população em geral. É com a mesma preocupação que o autor Paulo de Assunção elaborou este estudo. O que dizer sobre São Paulo? Como descrever a amplitude do cotidiano da cidade? Como capturar fragmentos da memória da cidade, suas ruas, seus caminhos, suas pontes, suas habitações, as procissões e as festas, seus habitantes, enfim a existência da cidade? estas questões acompanham todos os estudiosos que se dedicam a desvendar São Paulo. Tarefa difícil e ingrata, devido à sua complexidade. A Cidade de São Paulo é o ponto central da análise, por ser o espaço onde o jogo de interdependência entre os agentes sociais e os fatores constitutivos de experiências históricas ocorrem. Uma vila que se transformou em um arraial de sertanistas e entreposto comercial no século XVIII e que em 1711 alcançou a categoria de cidade. Cidade que foi palco da Independência do Brasil e que consolidou a primeira Faculdade de Direito. Cidade marcada pelo café, pelos índios, escravos e imigrantes e que correu nos trilhos da estrada de ferro que ligava o litoral ao interior. Cidade que cedeu espaço para o desenvolvimento industrial e tecnológico. Metrópole com feições múltiplas, mas única.