Sinopse
O apareceu logo no inicio do século XVIII. Portanto, coexistiu com o cravo durante cerca de um século, tendo em comum com ele apenas um repertório que os "homens do teclado" tocavam indiferentemente ao cravo, ao pianoforte ou mesmo ao órgão. Os diversos principios de funcionamento desses instrumentos Ihes dão uma sonoridade especifica, uma cor sonora e um timbre incomparável. O século das Luzes deu sua preferência ao órgão e ao cravo. É este último que sustenta a orquestra e destaca o fraseado dos recitativos na ópera, acompanha vozes, flautas e violinos, desfia sutilmente suas notas nos salões. A burguesia pós-revolucionária preferirá o pianoforte. Mais do que o senso da cor sonora, ela manifesta seu gosto pelos matizes. Os diversos pedais do pianoforte substituem os registros do cravo. Essas novidades mecânicas haverão de comover, ao fazerem variar bruscamente´ a intensidade sonora do forte ao piano, na medida em que o pianista, regulando a força de ataque das teclas, pode gradualmente passar do toque mais violento ao mais suave. O novo instrumento conquistará aos poucos uma imensa difusão. Atinge um auge de popularidade entre 1850 e 1900, que pianistas, críticos, teóricos e historiadores concordavam naquele momento em reconhecer, chegando às vezes a deplorá-la. Desde então essa popularidade nunca foi desmentida. O "fenômeno" piano existe. Este livro propõe-se examiná-lo de forma sucinta mas tão completa quanto possível, apresentando-o segundo três aspectos: fabricação, inserção social, repertório.