O LINCHAMENTO QUE MUITOS QUEREM ESQUECER
Monica Hass
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Sinopse
“Qualquer linchamento é um fato lastimável, porque sonega a vítima o direito de se defender e o de ser julgada por um juiz imparcial, além de sonegar o direito ao recurso e novo julgamento em face de um juízo que, de algum modo, possa ser parcial. O julgamento da vítima de linchamento é definitivo e sem apoioâ€? . No linchamento praticado na cidade de Chapecó no ano de 1950, constata-se a presença de conflitos entre os políticos tradicionais e os novos políticos liberais. Percebe-se a defesa dos valores relacionados à manutenção da ordem e preservação dos interesses desta comunidade predominantemente italiana. A obra parte de um caso da história chapecoense, - ocorrido nos dias 17 e 18 de outubro de 1950, quando aproximadamente duzentos homens invadiram a cadeia pública e lincharam quatro presos - , para discutir a presença do jogo das relações de poder local no crime. Poder este, do Estado e da Igreja sobre a sociedade, criando uma concepção de valores que, em defesa da manutenção da ordem e da preservação dos interesses da comunidade, impeliu os linchadores a cometerem o crime. Este fato esteve permeado pelas mudanças políticas, econômicas e sociais que estavam ocorrendo na região. O livro enfoca o linchamento - que muitos querem esquecer - , e seus desdobramentos, como uma manifestação de mandonismo local, com resquícios do sistema coronelista que predominava, especialmente durante a Primeira República, período em que a violência, freqüentemente armada, era um dos principais instrumentos de dominação oligárquica. Esta é a segunda edição deste livro que se tornou um referencial para a história de Chapecó.