ARMADILHO

Existem pessoas que parecem à prova de tudo, capazes de resistir a qualquer sofrimento físico ou emocional. Lorimer Black é uma delas. Especialista de uma companhia de seguros, ele leva uma vida que acredita estar sob controle. Até o momento em que encontra um de seus clientes pendurado na ponta de uma corda. A partir dali, sabe que alguma coisa ruim está prestes a acontecer. E não estava errado. William Boyd, o sempre inventivo escritor de A tarde azul e O destino de Natalie X e outras histórias, está de volta com Armadilho, um genial e irônico romance que revela a indiferença e o isolamento do homem moderno. Um título muito apropriado, pois armadilho é um animal de couraça extremamente próximo ao tatu. Após encontrar o suicida, Lorimer tenta trabalhar como se nada tivesse acontecido. Mas acontece de tudo. Seu pai morre de repente. Seu carro é destruído. Ele ganha uma surra com um taco de beisebol. É ameaçado de morte. E, finalmente, se apaixona perdidamente por uma atriz de comerciais de TV. Lorimer Black aprende depressa sobre os riscos e limites do autocontrole, enquanto nos divertimos com uma história cheia de humour e inteligência. Considerado um escritor de rara elegância, William Boyd pertence a uma nova geração de escritores de língua inglesa que, impregnados pelo multiculturalismo da Londres contemporânea, tem ampliado os limites da literatura britânica. Sempre original, Boyd chegou a pregar uma peça nos jornalistas de todo o mundo ao lançar o livro Nat Tate, an american artist, biografia de um pintor expressionista semelhante ao mestre abstrato Jackson Pollock. Depois de receber diversas reportagens, descobriu-se que o pintor jamais tinha existido e que seu único quadro conhecido, tinha sido pintado pelo próprio Boyd.