Sinopse
Aos 29 anos, John O´Hara firmou seu nome no mundo artístico ao publicar um dos maiores clássicos da literatura americana do século XX. BUtterfield 8, o seu segundo romance, é um retrato seco e irônico dos Estados Unidos pós-Grande Depressão. Em uma sociedade sustentada sobre falsas aparências, o autor teve a coragem de arrancar as cortinas para mostrar o que se escondia atrás de um cenário composto por tecidos refinados e iates superequipados. Escrito nos primeiros anos da década de 1930, o livro é um importante marco de uma das épocas mais sombrias da recente história social americana. Comemorando o centenário de John O´Hara, a José Olympio faz o relançamento de sua obra-prima, com nova tradução do escritor Hélio Pólvora. A trama parte de um acontecimento real: em junho de 1931, o corpo de uma jovem foi encontrado na praia de Long Island. As circunstâncias de sua morte nunca foram esclarecidas, mas a polícia conseguiu descobrir que a vítima levava uma vida imoral na qual o sexo e o álcool cumpriam um im-portante papel. Ao ler essa notícia nos jornais, O´Hara correu para a sua máquina de escrever e datilografou as duas primeiras e antológicas frases de BUtterfield 8: "Nessa manhã de domingo de maio, aquela moça que mais tarde seria motivo de sensação em Nova York acordou muito cedo para uma curta noite de sono. Um minuto atrás ela dormia, no minuto seguinte ei-la completamente desperta e atolada no desespero." O nome da moça desesperada é Gloria Wondrous. A cama na qual acordou não é sua, ao contrário dos 60 dólares que estavam em um envelope na mesa da cozinha. O vestido rasgado no chão do quarto também é seu, mas o casaco de pele que decidiu vestir antes de deixar o luxuoso apartamento pertence a uma outra mulher - Emilly Liggett, que por sinal é a esposa do homem com quem Gloria passara a noite. Através de um estilo simples e direto, BUtterfield 8 foi capaz de manter toda a sua força com o passar das décadas. Mesmo escrito há 70 anos, o livro continua conquistando a atenção e a admiração dos leitores por tratar sem qualquer desconforto de temas polêmicos: pedofilia, estupro, promiscuidade e in-fidelidade fazem parte do dia-a-dia da América vista pelos olhos de John O´Hara, que não é tão diferente daquela dos dias atuais.