EXPERIÊNCIA RELIGIOSA E CRÍTICA SOCIAL NO CRISTIANISMO PRIMITIVO

O tema central deste livro é a proposta de uma releitura das origens do cristianismo e dos textos do Novo Testamento, tendo por eixo norteador a experiência religiosa dos primeiros cristãos e sua importância na elaboração da identidade religiosa deles, assim como seus reflexos em representações quotidianas. O texto apresenta a diversidade de contribuição dos primeiros cristãos segundo a experiência religiosa das comunidades. Não a experiência religiosa da mesa do escritor sagrado, mas a que é experienciada realmente pela comunidade cristã. O autor enfrenta o desafio de não ter à disposição muitos relatos sobre como os primeiros cristãos vivenciaram a oração, o louvor, os sentimentos religiosos. Por isso, parte do padrão de experiência religiosa difundido na época, na mentalidade da apocalíptica judaica, do Apocalipse, visto como revelação visionária: homens e mulheres das comunidades cristãs do século I acreditavam que tinham acesso ao mundo celestial e que esta experiência permitia-lhes chegar à revelação. Na primeira parte, o autor refere relatos visionários, padrões da experiência religiosa dos primeiros cristãos. No intuito do projeto de nova leitura do NT, fornece elementos para imaginar o cristianismo primitivo como movimento religioso dinâmico.Na segunda parte considera a diversidade da prática cristã nas várias comunidades. A preocupação com a vida quotidiana fazia da religião o ponto central da vida das pessoas. Neste contexto surge a doutrina, como explicitação da experiência religiosa de uma comunidade.Na terceira parte, a experiência religiosa dos primeiros cristãos surge como transformadora de sua ação na sociedade. O autor tem por objetivo apresentar um projeto e estilo novo de ler o Novo Testamento de acordo com o tripé: experiência religiosa, desenvolvimento do campo religioso e auto-identidade das comunidades cristãs.