Sinopse
Um mundo novo, agora globalizado, cantado pelos neoliberais que proclamam a convocação de Marx às avessas: capitalistas de todo o mundo, uni-vos! Enquanto isto, prega-se a divisão dos trabalhadores para, desor-ganizados em múltiplos e diferentes sindicatos, enfrentarem o que vem com a globalização: desemprego (eliminação de postos de trabalho); desregulamentação do sistema legal de proteção ao trabalho (jogar a CLT no lixo); terceirização da mão-de-obra (locação do trabalho alheio para auferir lucro); flexibilização de direitos individuais (negociado x legislado). A avaliação deste cenário, tal como foi traçado, conduz a conclusões marcadas pelo fatalismo: o fim dos empregados, o fim do trabalho, o fim da história, o fim do mundo. Resistir é preciso, mas resistir organizadamente. E aí se revela o papel reservado ao sindicato, como organização natural da coletividade dos trabalhadores. Somente sua unidade assumirá força para mudar o rumo das coisas. Mas primeiro é necessário mudar os modelos experimentados até agora: sindicalismo de colaboração, assistencialista, prestador de servi-ços, de parceria. Sua formação caberá aos próprios trabalhadores definir, conforme sua livre vontade. Para compreender o sindicato, indispensável rever nossa história, desde a chegada dos imigrantes anarquistas até as propostas de mo-dernização das relações coletivas de trabalho dos governos Collor e Fernando Henrique Cardoso. Neste propósito não se pode desprezar os componentes políticos e sociais e suas mutações, chegando aos nossos dias. Foi isto, afinal, que escrevi, procurando compreender o sindicato sem limitar-me à teorização, procurando dar base à sua reestruturação através dos esboços de projetos destinados a repensar o Direito Sindical: um de reforma do artigo 8° da Constituição, outro de Lei Sindical e o último para disciplinar a Ação Coletiva Sindical.