A GENTE SE ACOSTUMA COM O FIM DO MUNDO

Aos vinte e oito anos de idade, Elias Carnel é um produtor de cinema acostumado a trabalhar para garantir o sucesso dos mais prestigiados diretores de cinema da França. Longe dos holofotes, a sua principal tarefa é manter o funcionamento e as aparências do set e dos atores envolvidos na filmagem. E ele faz isso sem deixar rastros. Naquela noite, porém, enquanto os primeiros flocos de neve caíam sobre Paris, uma cerimônia o tirava dessa imaterialidade. Pessoas desconhecidas agora se negavam a achar que ele não existia. Ele era um dos ganhadores do prestigiado prêmio Artémis. A partir de então, Elias é obrigado a sair da sombra do sucesso alheio, encarar seus próprios limites e conhecer o gosto amargo do fracasso. A gente se acostuma com o fim do mundo é uma sátira à sociedade contemporânea assinada pelo francês Martin Page. Autor do best-seller Como me tornei estúpido, traduzido para 30 países, Page encanta o leitor por seu frescor e imaginação desembestada.Jovem produtor de sucesso, Elias vê seu universo desmoronar quando é afastado subitamente de um grande e badalado filme a ser realizado na África. Na última hora, o excêntrico diretor Martial Caldeira opta por Victor Malène, o impecável Vic, seu colega e rival. Pego de surpresa pela derrota repentina, Elias assume a não tão nobre tarefa de comprar os direitos da história da jovem e depressiva escritora chamada Margot Lazarus, que sempre tenta o suicídio após o fim de um relacionamento amoroso. Mal sabe Elias, porém, que a decepção com o cancelamento da viagem à África e a nova tarefa delegada pelo patrão mudam para sempre o seu destino.Cansado das mentiras e meias verdades dos estúdios de cinema, onde a sujeira sempre é varrida para debaixo do tapete, Elias não tem mais como fugir do desafio de reescrever sua própria história, com novos personagens e a possibilidade de um final feliz. O fim de um mundo, afinal de contas, pode ser apenas o início de outro.Com o novo posicionamento das peças sobre o tabuleiro, Elias descobre, aos poucos, a verdade sobre seus amigos e sobre sua própria vida. O afastamento do filme de Martial Caldeira logo se revela uma bênção e não uma punição, como ele imaginava. O jovem produtor agora tem a chance de começar de novo e, desta vez, fazer tudo diferente. Longe das aventuras na ilha africana, Elias Carnel se dá conta de que sua realidade em Paris pode ser muito mais interessante do que qualquer ficção.