CARTAS DA ZONA DE GUERRA
Michael Moore
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Sinopse
Desde seu famoso discurso na cerimônia de entrega do Oscar 2003, quando ganhou o prêmio de melhor documentário por Tiros em Columbine, Michael Moore tem sido um crítico fervoroso da administração Bush e da guerra no Iraque. Desta vez, Moore aponta os holofotes para aqueles que ele considera os verdadeiros heróis de protesto; os homens e mulheres que lutaram no Iraque e que desejam levar a público como eles se sentem em relação a sua missão no campo de batalha. Para este livro, Moore selecionou 107, das milhares de cartas pessoais que lhe foram enviadas pelos soldados durante o conflito - muitas delas dirigidas para seu website - além de cartas de familiares e de veteranos de outras guerras. As correspondências de Michael Moore com o 'front' estão aí para provar que estão equivocados aqueles que pensam que os soldados convocados para a guerra do Iraque apóiam a iniciativa de George W. Bush.
Saiu na Imprensa:
Zero Hora / Data: 7/11/2004
Michael Moore usa militares contra Bus
O autor de Fahrenheit 11 de Setembro amplifica voz de soldados dos EUA no front iraquiano em Cartas da Zona de GuerraO família do documentarista escritor e ex-seminarista Michael Moore, 50 anos, é de guerreiros. O pai, John, 83 anos, lutou com a 1ª Divisão da marinha dos EUA nas piores batalhas do sul do Pacífico na II Guerra Mundial. O tio, Lornie, morreu nas Filipinas. Michael, sem divisões, fuzil ou uniforme, trava uma guerra interna, particular e ideológica com George W. Bush e todos os seguidores, republicanos de fé ou nem tanto, do atual (e futuro) presidente dos EUA. Moore escolheu seu lado, seus inimigos, suas armas - e qualquer provocação é bem-vinda. Depois do discutido documentário Fahrenheit 11 de Setembro, Moore, filho e sobrinho de soldados com cicatrizes no front, descansa a câmara, empunha o laptop e dá voz aos militares que estão em Bagdá e arredores em Cartas da Zona de Guerra - Algum Dia Voltarão a Confiar na América?.Moore não diz, mas o livro não é o megafone empunhado pela maioria dos militares - os que estão no Iraque (ou já voltaram ou estão a caminho), no Afeganistão, nas bases americanas em pontos distantes do planeta ou ainda veteranos de conflitos mais ou menos bélicos. O livro é de uma minoria que grita, que faz eco. A idéia do livro nasceu depois do sucesso de Moore como autor de cinco documentários que, de uma forma ou de outra, questionavam o poder estabelecido, bem antes de W. Bush sair do Texas. Ao colocar a cara e a coragem na TV, nas editoras e no cinema, oferecendo-se como aríete contra muralha conservadora dos anos W. Bush (que serão oito), Moore começou a centralizar quilômetros de queixas contra a realidade americana na guerra. As do Iraque, que já engoliu mais de mil vidas americanas (as iraquianas parece que não contam) e US$ 200 bilhões, são cruéis. É o amigo que viu o melhor amigo ser explodido (textos abaixo), pernas de um lado, estômago do outro, mãe horrorizada com o fim do filho no deserto, a mulher que soube da morte do marido antes da lua-de-mel, o veterano que não vê sucesso na guerra, o recruta que se diz enganado e quer voltar. O Iraque não deixa ninguém intacto, independentemente da maneira como a guerra é analisada. Moore pega os que são contra e os destaca, mas o grito dos excluídos é tão alto que a leitura é interessante até mesmo para aqueles que enxergam na pátria de Saddam Hussein um ninho de terroristas e não um naco das reservas mundiais de petróleo. Moore é panfletário quando pode, é uma voz real quando quer.
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Sobre o autor:
MOORE, MICHAEL
Michael Moore é o autor dos best-sellers mundiais 'Cara, cadê o meu país?' e 'Stupid White Men – Uma nação de idiotas', que já vendeu mais de 100 mil livros no Brasil e recebeu prêmio British Book of the Year em 2003. O Moore cineasta conquistou o Oscar de melhor documentário pelo filme 'Tiros em Columbine' (2002) e foi vencedor da Palma de Ouro em Cannes com 'Fahrenheit 11 de setembro' – o documentário de maior bilheteria de todos os tempos na história do cinema (o segundo da lista é 'Tiros em Columbine'). Dirigiu ainda os (já) clássicos 'Roger & Eu' e 'The Big One', e recebeu o Emmy pelo programa de televisão TV Nation. O autor gosta de acrescentar no seu currículo que já foi escoteiro, seminarista e a primeira pessoa com 18 anos a ser eleita para um cargo público.