Sinopse
Este volume trata do período imperial, no século XIX, compreendido desde a descolonização à implantação da República. Analisa a passagem do Império português para o brasileiro. Embora ocorresse um recrudescimento da escravidão, fortalecendo a sociedade escravista vigente, profundas transformações ocorreram nessa sociedade com a difusão de formas de trabalho livre, graças à implementação de projetos de imigração com grupos étnicos que, vindos da Europa, aqui se instalaram, fossem eles subsidiados ou espontâneos. O impacto de novas formas de pensamento influenciadas pelo cientificismo do século XIX também influiu para tornar o escravismo um sistema de trabalho anacrônico como espaço de experiência, indicando que a abolição da escravatura se inseria num horizonte de expectativas. O Rio Grande do Sul, como os outros espaços regionais, deixou de ser, no século XIX, colônia de uma metrópole européia. Passou a ser província de um Estado que se construía como independente, impondo-se às elites dirigentes a questão nacional. Esse Estado, ao incentivar a imigração de grupos étnicos não portugueses, também teve em vista o branqueamento da sociedade como imposição de uma tarefa civilizadora por parte da nação brasileira. Superando históricos avanços e recuos, consolidou-se uma territorialidade que, a grosso modo e depois de tensos conflitos fronteiriços, correspondia ao que é hoje o Rio Grande do Sul.