CAOS TOTAL

A história que vamos ler é totalmente inventada. Sua fórmula é conhecida. No entanto, nunca é demais lembrá-la. Com exceção dos fatos públicos, relatados pelos jornais, nem os acontecimentos descritos nem os personagens são reais. Na verdade, sequer o narrador é real. Apenas a cidade, Marselha, é real. E todos aqueles que a habitam. Com aquela paixão que lhes é peculiar. Esta história é a sua história. Ecos e reminiscências. Finalista do prêmio FNAC Maison de France por Os marinheiros perdidos, também publicado pela Record, Izzo torna a mostrar sua excelência literária em CAOS TOTAL, um livro repleto de cruas descrições de ruas escuras e personagens decrépitos do lado mais sórdido de sua Marselha natal. Neste romance, Izzo mergulha mais fundo no submundo da cidade portuária francesa ao contar a história de Ugo, um homem atrás de vingança. Muitos anos depois de deixar a cidade, ele retorna para descobrir os responsáveis pela morte de Manu, seu melhor amigo, quase um irmão. Em pouco tempo, Ugo alcança seu objetivo, descobre os responsáveis pelo assassinato e faz justiça com as próprias mãos, para, em seguida, ser assassinado pelos tiras locais. Fábio Montale, um policial pouco comum, apreciador dos prazeres da cama e da mesa e sem muita paciência com a burocracia oficial, assume, informalmente, o caso. Uma dívida pessoal que tinha com Ugo e Manu, amigos de infância que, ao contrário dele, não conseguiram ficar do lado certo da lei. Em suas investigações, Fábio penetra cada vez mais fundo no submundo de Marselha, com seus bandidos, vagabundos, prostitutas e desocupados. À medida que vai fazendo a ligação entre fatos isolados, vai desvendando uma verdade com ligações com o crime organizado, dono de fato desta decadente cidade portuária no sul da França. Com um estilo cru, de frases curtas, entrecortadas e de um coloquialismo quase brutal, Jean-Claude Izzo escreveu, pouco antes de morrer, um dos maiores romances policiais franceses dos últimos anos. E apresentou aos leitores um detetive genial, como seu país não via desde o lendário Maigret. Uma obra-prima de um dos mais elogiados autores de língua francesa dos anos 1990. Autoditata, o francês Jean-Claude Izzo publicou seu primeiro romance de sucesso quando já tinha 50 anos, em 1995. Imediatamente tornou-se cultuado pelos leitores franceses, envolvidos pelas sombras de Marselha tão bem descritas pelo autor, nascido e criado nas ruas da cidade portuária. Infelizmente sua carreira foi curta. Izzo morreu em 26 de janeiro de 2000, deixando para o público alguns dos melhores romances franceses da última década do século XX.