FRONTEIRAS CONTAMINADAS: LITERATURA COMO JORNALISMO E JORNALISMO COMO LITERATURA NO BRASIL DOS ANOS 1970
Rildo Cosson
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Sinopse
Fronteiras contaminadas trata das relações entre literatura e jornalismo no Brasil, tendo como ponto central o caso paradigmático do gênero romance-reportagem e sua recepção crítica. Neste estudo se analisam as indicações de origem, as definições de estatuto narrativo e as estratégias de (des)legitimação usadas para ler o novo gênero que percorre e contamina as fronteiras entre o discurso literário e o discurso jornalístico. O livro permite que se leia com outros olhos a produção cultural de um dos períodos mais ricos da história contemporânea do Brasil, que é a década de 1970, ao mesmo tempo que desvela práticas de leitura de uma crítica que, mesmo assumindo um discurso de pós-modernidade, continua a excluir e a negar aquilo que é diverso e que não é facilmente classificável. A relevância e a atualidade deste livro estão não apenas no estudo de textos híbridos ou na discussão da proximidade entre literatura e discursos de realidade como o jornalismo, mas também, e sobretudo, no reconhecimento de que o texto literário não pode ser erigido como um padrão ao qual todas as narrativas devem ser submetidas. Cumpre-se assim o papel primordial de toda a crítica, que é o de ser mediadora cultural, abrindo novos espaços de leitura em lugar de apenas confirmar os já existentes.