Sinopse
Com base na compreensão da vida, proporcional ao estágio evolutivo alcançado, o homem, ao criar seus símbolos, projeta a ideia de Deus, de acordo com sua faixa de entendimento. Assim a consciência humana, numa determinada fase, criou as mais utópicas expectativas sobre o Código Penal Divino, denominando-as para dar força de crédito, por "palavras de Deus". Em razão deste entendimento, presa ao medo e a ideia de punição, como "castigo do Senhor", grande parte das criaturas, retarda, temporiariamente, o crescimento de sua individualidade. E, no dizer de Nilton Bonder: "O universo que não conhecia a punição a descobriu na consciência humana".
À medida, contudo, que a consciência alcança, gradativamente, patamares mais elevados no crescimento espiritual, também vai, na mesma proporção se libertando da ideia de Deus policial, rancoroso e cruel; amplia-se, também, a visão, para o de um Pai de infinita bondade e amor, que atua sempre, imparcialmente, através de Suas leis, sábias e eternas, em todas as criaturas, independente de suas convicções, sejam elas quais forem. E, como tal concede a todos uma parcela de si, em forma potencial, para que cada um, mediante trabalho e esforço, a desenvolva a seu modo, ritmo e tempo próprios.
Com este evolver, chegará o dia em que não atribuiremos mais a Ele os insucessos, as dores, as punições, frutos, ainda, de carências temporárias de entendimento para comandar o mecanismo da Vida.
Dia virá, igualmente, que não transferiremos mais a Ele a função de fiscal de nossas ações, pronto a todo instante, e nos mínimos detalhes, pra cobrar os débitos e punir nossa iniquidades. Nesse dia, positivamente, o homem compreenderá, numa visão lógica e racional, que a Lei Divina atua sempre pela Justiça do Tribunal da Consciência, na proporção do grau e compreensão de cada um.