MISSA NEGRA
John Gray
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Sinopse
Um dos mais importantes pensadores da atualidade, aclamado pela intelligentsia britânica, o inglês John Gray mira sua metralhadora de idéias nas relações entre política e religião.
Em Missa Negra, uma alusão ao ritual sacrílego onde a missa cristã é rezada de trás para frente, ele se dedica à interpretação da política e da religião modernas. Sustenta o paradoxo de que a política moderna explora o que há de mais arcaico e tenebroso na religião.
Gray nos mostra que essa subversão é o tema-chave da história recente. Os grandes movimentos revolucionários que tanto influenciaram a história dos dois últimos séculos foram episódios da história da fé: momentos do longo processo de dissolução do cristianismo e ascensão da moderna religião política. O mundo em que vivemos no início do novo milênio está coberto de escombros de projetos utópicos, os quais, embora estruturados em termos seculares que negavam a verdade da religião, constituíam, na verdade, veículos para os mitos religiosos.
As sociedades de todo o mundo estão sendo forçadas a participar de uma experiência de engenharia social. A queda do comunismo criou falsas expectativas de um livre mercado libertador, em particular a idéia de que só quando se permite que o mercado opere sem qualquer controle governamental é capaz de trazer prosperidade e estabilidade.
Apesar de ser apresentada nas roupagens da ciência social, esta crença de que a humanidade estaria no limiar de uma nova era não passa da mais recente versão de crenças apocalípticas que remontam às épocas mais antigas.
O autor analisa os conflitos mais destrutivos dos últimos séculos e chega à conclusão de que as religiões políticas exploraram o mito do Apocalipse, como uma crença em um evento que mudaria o mundo e que levaria ao fim da história e de todos os seus conflitos. Onde quer que se
manifeste, a revivescência da religião vem de cambulhada com conflitos políticos, inclusive na crescente luta pelas reservas, cada vez mais exíguas, de recursos naturais do planeta; mas não resta dúvida de que a religião voltou a ser um poder de pleno direito.