Sinopse
Nesta obra, o autor procura desvendar qual é a relação que liga o poder à glória e a todo o aparato cerimonial e litúrgico que o acompanha desde o início. Busca revelar que, nos primeiros séculos da história da Igreja, a doutrina da Trindade (o Pai, o Filho e o Espírito Santo) parece ser introduzida sob a forma de uma economia da vida divina, como um problema de gestão e de governo da casa celeste e do mundo, aparecendo na origem de muitas categorias da política contemporânea, desde a teoria democrática da divisão dos poderes até a doutrina estratégica dos efeitos colaterais, desde a mão invisível do liberalismo smithiano até as ideias de ordem e segurança. Estes estudos situam-se no rastro das pesquisas de Michael Foucault sobre a genealogia da governabilidade e alcançam os primeiros séculos da teologia cristã, em que a doutrina trinitária serve como forma de revelar o funcionamento e a articulação da máquina governamental.