Sinopse
Neste livro, o conceito de cinema de bordas não existe em função de uma simples oposição, como ocorre com a de cinema marginal, ao qual, muitas vezes, cabe o epíteto de experimental, no sentido que esse termo adquiriu ao contrapor um cinema voltado para uma expressão individual quase poética, a um cinema fortemente voltado para o mercado.
Também não se trata do que comumente se qualifica como cinema inocente, pois o cinema de bordas apresenta peculiaridades em que se observa uma deliberada adesão à experiência que ocorre no regime trivial de lazer, muitas vezes de maneira explícita.
A tentativa principal deste livro sobre o cinema de bordas no Brasil é a superação das dicotomias valorativas que privilegiam os jogos do espírito em detrimento aos jogos do corpo.
Dessa forma, os artigos aqui reunidos se juntam aos esforços de tantos outros pesquisadores que, por outras vias, vêm investigando coordenadas mais equilibradas, não só na história do cinema brasileiro em seu sentido diacrônico, mas também na história das formas cinematográficas no país.