O ARQUITETO E SUAS SOMBRAS

Ary de Queiroz Barros, arquiteto, pintor e poeta, ao atingir a maturidade brinda-nos com seu primeiro livro de sonetos, O Arquiteto E Suas Sombras, no qual confere formas literárias à sua inquieta criatividade. Se não houvesse claridade, não haveria sombras. Assim o privilegiado leitor conhecerá no decorrer destas entrelinhas, a biografia do autor, mesclada de luzes e sombras. As sombras representam as sublimes inspirações que levaram o poeta às luzes desses sonetos. Metáfora que povoa o deslumbrar do estro. Com um lirismo ímpar, o sonetista envolve-nos no tempo e no espaço quando, no primeiro soneto, ele lembra sua mãe dizendo que irá buscar a eternidade passo a passo. E, passo a passo, todos estes versos métricos colocam-nos no âmago do poeta. A cada soneto lido ficam, em nossas lembranças, a família; os nascimentos; as escolas acadêmicas e as da vida; o amor e as paixões; os aspectos sociais; a natureza com seus mares, rios e cascatas; as esperanças e desesperanças somadas às mortes físicas e às das amizades. Neste novo milênio a humanidade espera um novo Renascimento para as artes e para a literatura. Uma nova consciência abarca o homem, pois ele foi feito para a poesia, a beleza e o amor. É nesta profundidade de sentimentos que o livro repousa. Percepção traduzida no soneto O Segundo Beijo, envolvendo a leitura em cânticos de sensibilidade. Ardores que vão idealizando linhas na prancheta imaginária do vate paulistano. Formas em rimas perfeitas, como excelentes são os seus projetos e pinturas. Assim, com certeza encontraremos em O Arquiteto E Suas Sombras mais uma obra clássica da poesia brasileira