Sinopse
Finalmente publicamos a 2ª edição de O Dragão Vermelho do Contestado, obra consagrada pelo público e a crítica.
O cenário é o planalto catarinense durante a Guerra do Contestado (1912-1916). É um romance que mescla personagens históricos e fictícios, recriando a linguagem do caboclo e o seu modo de vida, levando-nos a um mundo inesquecível de monges, guerreiros, virgens, curandeiros, soldados, santeiros, ainda pouco conhecido dos brasileiros.
Um universo mágico que nos conduz entre o amor e o ódio, o céu e o inferno, o prazer e o pecado, pelas sendas nas quais sangraram homens, mulheres e crianças – milhares de vítimas da injustiça social.
É uma leitura fascinante que coloca esta obra com uma das mais importantes já publicadas sobre este exuberante episódio histórico.
A chamada Guerra do Contestado teve por fundo o desesperado grito do injustiçado sertanejo pela posse de sua terra.
Trata-se de uma epopeia fascinante, e sobre ela o autor se debruçou. Informou-se para tanto nos trabalhos de Maurício Vinhas de Queiroz, Oswaldo Rodrigues Cabral, Nilson Thomé, Demerval Peixoto, Marli Auras, Paulo Ramos Derengoski. Deliciou-se, confessadamente, com o especial talento de Donaldo Schüler na sua notável abordagem do tema, e muito o enriqueceu a imprescindível obra de Euclides Felippe, das mais valiosas que há sobre o assunto, o qual se revela inesgotável.
Foi a Campanha do Contestado um evento histórico de motivos múltiplos, sujeito a variados enfoques interpretativos, havendo por isso versões, por natural, nem sempre coincidentes. Porém, a sua causa principal e mais visível foi de natureza fundiária.
Com esse material recolhido o autor, na sua liberdade de ficcionista, construiu a sua obra.
Há de ficar aqui registrado o descaso com que os meios oficiais, pelas décadas afora, trataram dessa riquíssima página da história catarinense, revelando-se das mais longas, dispendiosas e sangrentas dentre as ocorridas em terras brasileiras, dedicando-lhe uma atenção muito aquém da merecida. É a história do homem do planalto, do homem do meio oeste, escrita com suor e sangue. Uma história que merece ser resgatada, conhecida, divulgada.
O conflito, em armas,começou no Faxinal do Irani, transformado por isso em crescente sítio de visitação histórica. Por lá andou o autor recebendo de Vicente Telles, cultor dos fatos, alguns valiosos subsídios. O Cemitério do Contestado, no Irani, foi por muitos anos relegado e esquecido, até que um governador sensível à memória de seu povo – Esperidião Amin, louve-se-o com justiça – ali erigiu um necessário monumento de testada. E em um dos blocos do monumento lê-se, gravado, o seguinte texto da lavra do próprio governador:
“Entre os anos de 1912 e 1916 ocorreram os episódios que passaram a ser conhecidos pela designação Guerra do Contestado. Sobretudo, um conflito social em que milhares de caboclos tombaram defendendo seus direitos à posse da sua terra. Lutaram contra o sistema opressor, o capitalismo estrangeiro e o abandono em que se encontravam. Revoltaram-se contra os grandes fazendeiros, coronéis, autoridades, e contra todos os que o subjugavam. Neste chão foi lançada uma semente pelos homens e mulheres do Contestado. O sonho de justiça social.”