Sinopse
Fundado em 1911, o veículo destacou-se entre outros órgãos da "nova imprensa brasileira" pelo ímpeto com que encabeçou o movimento de renovação do modo de produção de notícias na cidade do Rio de Janeiro. Como empresa que se pretendia autônoma, livre das benesses e ingerências do poder político, buscava a autossuficiência financeira. Uma vez que o lucro dependia de leitores e anunciantes, A Noite buscou conquistar o leitor comum, mergulhando na cultura popular e modernizando a linguagem e a temática da pauta jornalística: o jornal publicava o resultado do jogo do bicho, envolvia-se nos problemas urbanos do dia a dia e investia no noticiário policial, atendendo a novas faixas de público, fora do alcance do jornalismo sisudo e beletrista praticado até então. O volume acompanha o desenvolvimento de A Noite em paralelo à trajetória de Irineu Marinho. Bem-sucedido como empresário, o jornalista vivia em constante conflito com o poder político. Perseguido por Hermes da Fonseca, esteve preso no governo Epitácio Pessoa e teve de se autoexilar sob a presidência de Artur Bernardes ¿ a ausência do país lhe custaria o comando de A Noite em 1925, em meio a um conflito entre os acionistas pelo controle da empresa. Apenas quatro meses depois, porém, Marinho daria o troco a seus adversários, lançando um novo jornal: O Globo. Não pôde, contudo, testemunhar o êxito da empreitada. Um mês mais tarde, o empresário morreria de enfarte, aos 49 anos, deixando o comando dos negócios a seu filho, Roberto Marinho.