Sinopse
Olhei novamente para a vitrine. As luzes da cidade atrás de mim refletiam-se nela. As pessoas também. Silenciosas, Arredias. Hostis. Se olhasse bem, sem muito esforço, podia entrever o desprezo em seus olhos, a aversão nas caretas e mesuras, aquele jeito de me olhar como se eu fosse algo muito ruim. Melhor fingir que não ligava. Do outro lado da vitrine havia coisas bem melhores. Coisas bonitas, jóias, pefumes, mulheres e, é claro, impossibilidades. Todas as impossibilidades de minha vida. Meu rosto também se refletia no vidro da vitrine quando as luzes atrás de mim, luzes de todas as cores, pararam de piscar. Aquela era eu. Uma criança. Treze. É isso aí, treze anos.