VENTO DA LUA

O autor dos premiados Lua cheia e Sefarad,também publicados no Brasil pelaCompanhia das Letras, contrapõe, nestefascinante romance de formação, o lentocotidiano de uma pequena e imagináriaaldeia andaluza durante a ditadura franquista Mágina, sua espécie particularde Macondo à velocidade vertiginosada expedição da Apollo 11.As 120 horas da missão espacial, desdeo lançamento na Flórida até o retorno domódulo lunar à nave-mãe, são reconstituídaspelas lembranças, sonhos e devaneiosde um jovem protagonista, que preferese refugiar nas notícias da fantásticaodisseia lunar a se concentrar nos trabalhosda lavoura ao lado dos pais hortelãos.Entremeados com as notícias da fanElepróprio marcado pela experiênciado exílio, Martínez fez deste romance omapa descontínuo da espera de Emiliapelo reencontro com seu marido, esperaque é sutilmente comparada a uma estadiano purgatório. Você fica nele umaeternidade, mas do outro lado da eternidadeestá o céu , diz o Simón reaparecidoà sua esposa agora sexagenária.Tomás Eloy Martínez nasceu em 1934,na Argentina. Completou seus estudos deliteratura em Paris. Exerceu também o jornalismo,antes de partir para o exílio empaíses como Inglaterra, México, Venezuelae Estados Unidos. Atualmente, é escritor--residente na Rutgers University, em NovaJersey, onde dirige o programa de estudoslatino-americanos. Dele, a Companhia dasLetras publicou, entre outros, os romancesSanta Evita e O cantor de tango.tástica viagem, a dura rotina no campo, apenosa falta de água encanada, a mesquinhezdos vizinhos e o obscurantismo dospadres professores são nítidas reminiscênciasda infância do autor tambémnascido e crescido numa pequena cidadedo sul da Espanha o que adiciona umacomovente sensibilidade proustiana ànarrativa.