A LIBELULA DOS SEUS OITO ANOS

Fio Régale é uma jovem simples e muito pragmática, com uma incrível capacidade para a pintura e inigualável aptidão para enxergar o mundo ao seu redor. Ela gosta de neve e chá sem açúcar, e chantageia pessoas ameaçando tornar públicos seus segredos, os quais ela finge conhecer. Com isso, consegue dinheiro suficiente para se sustentar. Este é o mote de A libélula dos seus oito anos, romance de estreia do francês Martin Page, autor de Como me tornei estúpido, e quarto a chegar às livrarias do país. Page mescla, neste romance, elementos que se tornaram sua marca: estão lá a delicadeza e a desesperança entremeadas com uma melancólica ironia, que dão forma a um retrato da banalidade da vida. Seguindo os passos da protagonista, a surpreendente Fio, o autor nos conduz até Ambrose Abercombrie, um milionário parisiense e famoso historiador de arte, para apresentar o lado desumano da arte, um mundo que envolve inveja, egocentrismo e arrogância. O resultado é um romance irresistível, urdido com o humor e o niilismo tão peculiares ao autor francês.