Sinopse
A vida de Lampião (1897-1938) não se resume a seu extenso prontuário de crimes violentos. O maior cangaceiro de todos os tempos viveu entre cantigas e massacres, riquezas e provações, poder e paixão, e a despeito de sua crueldade tornou-se uma espécie de mártir dos oprimidos, além de uma das figuras capitais do imaginário popular brasileiro. Provável autor da cantiga "Mulher rendeira", espécie de hino do bando durante a invasão das cidades sertanejas, Lampião adquiriu sua alcunha devido ao fogo certeiro de sua habilidade no manejo do rifle e da pistola. Na década de 1920, estabelecida na margem esquerda do São Francisco, nos áridos sertões de Pernambuco, da Paraíba e do Ceará, sua reputação como justiceiro do sertão não demorou a espalhar-se pela margem direita e daí para as capitais do sul do país. A trilha de terror espalhada por seu bando em todo o sertão nordestino paradoxalmente rendeu-lhe a fama de bandido amigo dos pobres, misto de Robin Hood e Antônio Conselheiro que na realidade atuava como um verdadeiro coronel.