Sinopse
Um clássico do naturalismo brasileiro, publicado originalmente em 1890, retomado pelo Tordesilhas mais de 30 anos após sua última edição. Valendo-se da ideologia cientificista de sua época, a narrativa descreve as angústias da mais longa seca nordestina de que se tem notícia, a de 1877-1879, responsável pelo desaparecimento de 4% da população da região, particularmente do Ceará (a então província mais atingida), e pela miséria de milhares de outras pessoas. O romance acompanha a vida de retirantes reduzidos a condições animalescas, chegando ao extremo da autofagia para aplacar a fome. Considerado, por um lado, a pedra fundamental para a geração regionalista dos anos 1930, principalmente para Rachel de Queiroz, Graciliano Ramos e José Lins do Rego, por outro lado, o romance foi revestido pela faceta de "maldito", especialmente por levar a técnica naturalista ao extremo em descrições cruas e detalhadas de miséria e degradação humana. Em resposta aos detratores, o autor costumava apontar matérias de jornais que o teriam inspirado a criar as violentas cenas de sua obra.