Sinopse
Em seu livro de estreia, Melanie Peter subverte fronteiras e institui um território limítrofe entre prosa e poesia, restaurando os vasos comunicantes entre ambas e deflagrando um processo em que tempo e espaço parecem igualmente dúcteis. A dicção da autora reside num interstício entre o prosaico e o poético, perfazendo um trânsito anfíbio onde a palavra liquefaz-se até dar conta do volátil, uma vez que são sobretudo das impermanências que se trata aqui. É entre o eterno e o circunstancial, entre o permanente e o efêmero, entre o tangível e o intangível, entre o visível e o invisível, que se situam os textos de ¿Persona¿. Mais uma vez estamos diante do interstício, do desvão, da intersecção. Quando muito da fímbria. Ou da aresta. Num corpo a corpo entre prosa e poesia que ora é pugna ora é foda. Sendo que em ambas a tensão é um elemento presente e fundamental. Quase sempre uma tensão silente, registre-se.