Sinopse
O objetivo principal deste livro é a divulgação do pensamento museológico contemporâneo acerca de museus e centros de ciências, especialmente voltado para as questões educacionais. O volume congrega artigos de pesquisadores brasileiros e de diversos países, que realizam investigações e ações que envolvem as várias dimensões das relações entre os públicos e os museus. A reunião desses autores teve como elemento catalisador a realização do 4th Science Centre World Congress, no Rio de Janeiro em 2005, promovido pela Fundação Oswaldo Cruz. Os organizadores desse livro foram responsáveis por algumas das mesas redondas desse Congresso para as quais convidaram pesquisadores renomados do Brasil e dos demais países que pudessem contribuir com a reflexão acerca da divulgação e educação em museus, integrando aspectos históricos, de educação e estudos de públicos. Este livro reúne os textos de vários dos convidados e pretende contribuir para as discussões nos campos da educação, museologia e história das ciências. Esse evento foi um momento fundamental para reunião dessas reflexões, mas a produção desse livro está atrelada a um contexto mais amplo de pesquisa. A Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) vem financiando pesquisas de educação em ciência e de divulgação científica, como a coordenada por Martha Marandino na FEUSP, sob o título Educação Não Formal em Biologia: estudo sobre a práxis educativa nos museus de ciências. A pesquisa tem por finalidade compreender como a Biologia, em especial a temática da Biodiversidade, vem sendo trabalhada através das ações educativas dos museus de ciência e um dos seus produtos aparece nessa publicação. O trabalho apresentado por Adriana Mortara Almeida é produto de pesquisa de pós-doutorado financiada pela FAPESP na área de Museologia, realizada junto ao IG/UNICAMP e traz resultados de estudo de público do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo que indicam as motivações e expectativas dos visitantes desta instituição. Também parte de pesquisa de doutorado no IG/UNICAMP com enfoque histórico, o trabalho de Maria Esther Alvarez Valente discute as bases teóricas que orientaram a constituição de diversos museus de ciência e tecnologia no Brasil desde os anos 1980. No campo da história das ciências que envolvem os museus encontram-se os trabalhos de Maria Margaret Lopes e Sandra Murriello, ambas do IG/UNICAMP. O artigo da primeira apresenta uma reflexão sobre a importância de tratar a história das ciências em centros e museus de ciências e o trabalho de Sandra Murriello traz resultados de sua pesquisa de doutorado sobre as relações entre os visitantes e os objetos paleontológicos do Museo de La Plata. De cunho mais teórico é o trabalho de Marília Xavier Cury, que apresenta as diversas linhas de pesquisa em recepção em museus, e é parte de sua pesquisa de doutorado realizada na ECA/USP. Dois artigos tratam do público familiar, este tão importante e por vezes esquecido na programação educativa dos museus: Denise Studart apresenta resultados de pesquisa com este público em um museu e Lynn Dierking discute como o museu proporciona a interação familiar e a aprendizagem colaborativa. Michell Allard e Anik Landry trazem reflexões sobre educação e museus e propõem um modelo teórico para análise dessa temática, trazendo importante contribuição para o conhecimento da pesquisa em seu país de origem. George Hein apresenta uma discussão com foco nas relações entre ensino e aprendizagem sob uma perspectiva construtivista. Paulette McManus realiza uma discussão conceitual envolvendo conceitos de educação formal, informal, aprendizagem e interação no contexto dos museus de ciências. Este livro traz como contribuição a apresentação de artigos em português de importantes pensadores estrangeiros que são referências fundamentais para pesquisas nos campos aqui tratados e pretende ampliar e melhor fundamentar as diferentes dimensões da relação entre os museus de ciências e seus públicos. (AU)