O OLHAR OBLIQUO DO BRUXO

Em 'O olhar obliquo do bruxo', Marta de Senna põe a obra de Machado em diálogo com as obras de outros autores, alguns dos quais nem sequer mencionados por ele. Dostoiévski, por exemplo. E lá estão, evidentemente, Sterne, Fielding, Garrett, Cervantes, Shakespeare, Camões e tantos outros. A utilidade é entendermos a complexidade de uma obra que destila e integra a grande tradição da literatura ocidental; o proveito é percebermos que as obras desses autores também ganham quando são relacionadas com a obra de Machado; Neste livro viajarmos com a autora que nos guia através de uma terra tornada sempre tão mais nova quanto mais reconhecível. Há leituras dela, por vezes pequenos apontamentos, que obrigam a repensar o que, durante anos, se tinha pensado e se julgara entender. Marta é maldosa, naquele melhor sentido de maldade machadiana que nos faz ficar a sorrir e a pensar.