Sinopse
Neste romande, treze "cartas" em versos narram a história de Fanfarrão Minésio, governador da capitania do Chile.
Escritos por Critilo, que da então colônia escreve ao amigo Doroteu, residente na Espanha, os textos revelam personagens e fatos de um governo que deve nos causar repugnância por sua corrupção e crueldade.
Foi justamente pelo anti-exemplo de Minésio que um brasileiro resolveu traduzir o texto em nossa língua, após obter os manuscritos de um cavalheiro anônimo. Pelo menos é o que diz o incógnito tradutor no "Prólogo" e na "Dedicatória" das Cartas chilenas, oferecidas aos governantes portugueses "para emenda dos mais, que seguem tão vergonhosas pisadas".
Mas a própria sátira se encarrega de desfazer o irônico disfarce. Simulando falar sobre outro lugar, ela é uma voz da sociedade das Minas Gerais do final do século 18. Voz cintilante que, longe de ser um mero retrato daquele passado, nos diz muito de como esse passado enxergava a si mesmo.