Sinopse
Nas 13 narrativas reunidas neste livro, a situação atual da África do Sul é traduzida em histórias de pessoas comuns que procuram rever suas identidades na nova conjunção política, depois do fim da segregação oficial.
Escritos em prosa inquieta e precisa, os textos de "Beethoven Era 1/16 Negro" perfazem um conjunto que retrata a África do Sul em nova configuração social. Filiação, cor da pele e origem étnica já não são tão determinantes, mas continuam informando as identidades de indivíduos que agora têm a chance de repensar o passado e intuir futuros incertos e promissores.
A nova configuração política do país faz negros, mulatos, imigrantes e mulheres assumirem papéis proeminentes. Até os brancos precisam reinventar uma identidade nesse país "como ele é agora". Ganham destaque as personagens femininas, que guardam a chave de compreensão dos novos tempos. São elas que parecem mover a atual dinâmica social sul-africana, por meio do casamento e do divórcio, da gestação e do aborto, da meditação sobre o passado e da inserção no mercado de trabalho.
A literatura de Nadine Gordimer é um retrato ficcional do país nesse momento de reinvenção de si mesmo. Como diz o narrador do conto que dá nome a este livro, "houve um tempo em que negros queriam ser brancos, hoje brancos querem ser negros; o segredo é o mesmo".
Nadine Gordimer nasceu na África do Sul, em 1923. Depois de duas coletâneas de contos, seu primeiro romance, "The Lying Days", foi editado em 1953. Além do prêmio Nobel de literatura em 1991, recebeu, entre outros, o Booker Prize e a Legião de Honra na França.