Sinopse
Pode parecer improvável que um historiador descubra atitudes de tolerância religiosa na Espanha, em Portugal e em suas colônias ultramarinas dos séculos 16 ao 18, quando a Inquisição moderna procurava garantir por meios brutais a manutenção da ortodoxia católica. Pois é exatamente o que faz Schwartz neste livro.
Durante décadas dedicado à história econômica e social do Brasil colônia e da América Espanhola, Stuart Schwartz agora nos apresenta obras de história cultural e põe em xeque as interpretações que absolutizam a intolerância religiosa vigente na Época Moderna.
Com farto material e documentos garimpados sobretudo nos arquivos inquisitoriais, o historiador investiga e defende a ideia de que o pensamento e comportamentos tolerantes floresceram no mundo luso-hispânico.
Ainda mais surpreendente, seu foco não é a elite culta ou o trabalho de paladinos da tolerância; antes, se debruça sobre as "pessoas comuns", revelando um universo em que uma longa tradição de transigência, o bom senso ou a simples indiferença promoveram e possibilitaram a convivência de múltiplas crenças.