KAFRA

A crítica da violência é uma das tarefas irrecusáveis do pensamento contemporâneo e, como tal, incorporando o que de mais expressivo foi cogitado nesse sentido no curso histórico da filosofia, ela tem preocupado, com relevo, a reflexão filosófica no Brasil. Ricardo Timm ancorou sua intervenção neste debate em um espírito icônico de nosso tempo: Kafka. A partir dele, o que duas de suas obras, O Veredicto e Na Colônia Penal, gravaram ficcional mas profeticamente, sob o horizonte do brutal e do horror no homem e na sociedades atuais, o autor deste ensaio desdobra com incisão, e amparo em um pensador como Levinas, a sua visão de como se propõe para a consciência de hoje, que é a do seu leitor, a relação da balança da justiça com a temporalidade em que a linguagem se encerra e se exprime.