"O QUE FUI, O QUE SOU, O QUE SEREI

No Brasil, as palavras do líder negro Martin Luther King têm muita legitimidade se considerarmos a situação em que se encontra a comunidade negra neste país. Os negros ainda não são o que deveriam ser porque o racismo, aqui, é disfarçado. Eles não são o que querem ser porque o preconceito racial se constitui num quase intransponível obstáculo difícil de ser vencido porque ele não é declarado e é ignorado. Os negros não são o que eram mais isto não é consolo para justificar a marginalização em que se encontram. Os que alegam que não há racismo no Brasil, alimentam e programam a crença de que o preconceito de classe é mais forte do que o preconceito racial. Estudos têm revelado que, independentemente de classe social, o racismo é o causador da desigualdade entre brancos e negros uma vez que perpetua seus efeitos negativos sobre a possibilidade de se promover o progresso socioeconômico da população negra. Felizmente os negros não são, hoje, o que eram, mas muito precisa ser feito no campo da informação e da conscientização para que se institua, neste país, a democracia racial, econômica, política e social.