ANTOLOGIA POÉTICA DE FERNANDO PESSOA
Fernando Pessoa
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Sinopse
Diante de poetas tão distintos, talvez o leitor se pergunte se os heterônimos não são a expressão de situações existenciais dramáticas de Fernando Pessoa, criados com a intenção de manifestar suas contradições e angústias. Talvez os heterônimos sejam fruto do desejo de exercer as múltiplas faces do eu poético que não cabiam numa só “Pessoa”. Assim o conjunto da poesia de Fernando Pessoa se caracteriza pela fragmentação do “eu” poético na busca de novos meios de apreensão e expressão do que seria o universo poético.
O que talvez unifique ou identifique seus diversos heterônimos (Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos) ou os semi-heterônimos (Bernardo Soares, Barão de Teive, Vicente Guedes, José Pacheco, Antônio Mora...) seja a ânsia de aprender um mundo, cujos valores, definições, limites e certezas ruíam irremediavelmente no início do século XX. Como os artistas de sua geração, Fernando Pessoa estava no encalço de um novo “conhecimento”, de uma nova “abertura” para a vida.
Embora tenha sido publicado, divulgado e conhecido amplamente, apenas no pós-guerra, Fernando Pessoa pertence à geração dos “Ismos” (Surrealismo, Dadaísmo, Futurismo), que revolucionou a arte europeia do começo do século XX. O Modernismo, movimento literário de que Fernando Pessoa faz parte, compreende o grupo variado de correntes estéticas de vanguarda.
Em Portugal, o Modernismo se efetivou com a criação da Revista “Orpheu”, em 1915. Dela participaram as figuras mais importantes da época: Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro e Almada Negreiros. Preocupada em provocar o burguês e em sacudir o acanhado meio cultural português, essa geração publicou uma poesia que causou escândalo na época.