Sinopse
Quando todos pensávamos que a cronista havia absorvido ou asfixiado a romancista em Rachel, ela nos surpreendeu de repente com um romance em que unia o Nordeste e o Rio, o mundo rural e o mundo urbano, todas as suas experiências, não só literárias, mas humanas.
Trinta e seis anos se haviam passado desde "As três Marias" e seu pequeno mundo, Rachel nos prometia um romance, "O solitário". E súbito nos veio este romance-síntese, um livro complexo e completo, trocista (como a própria escritora) e sério, trágico. Divide-se em três partes - o "Livro da Senhora", o "Livro da Companhia" e o "Livro do Comandante".
E termina em pleno Nordeste, num tom trágico que muitas outras vezes se insinuara nos romances de Rachel jovem. E então a escritora quis acrescentar aquela cena da bezerra, de uma beleza grave e cativante, um hino de amor à vida, que se renova, que renasce insistentemente.
Um romance de amor. Parece que a ficcionista hesitou um pouco entre a Senhora e Delmiro. Ambas, figuras patéticas. Mas acabou se fixando em Dôra, Doralina e o romance flui com uma naturalidade que nos conquista. Não é um romance difícil. É um texto que nos envolve de mansinho. A conclusão deste romance é a vida a sobrepor-se à morte.
Este livro é mesmo o "Livro do Comandante", ou do amor de Dôra, Doralina pelo seu Comandante, figura intensa. Há aspectos do Rio de Janeiro da década de 1950 que dão ao romance um sabor muito dele.
São duas personalidades fortes, desafiadoras, que se encontram, que se defrontam: das Dores, Maria das Dores, e o seu Comandante. Dôra, que tinha fama de ser mulher que não chorava nunca...
Romance de gente, romance da humanidade de Dôra e do Comandante. Livro que nos atinge em cheio. Porque é apenas uma história de amor. Dôra, Doralina nas horas de amor, descobriu num bar os olhos do Comandante, e neles se libertou de si mesma. O amor como liberdade absoluta.