Sinopse
"Vinte e quatro horas da vida de um pobretão, Nicolau, de 47 anos, lavador de pratos num restaurante, situaçãozinha a que chegou depois de muitas vicissitudes e que lhe dá uma sensação de estabilidade. Um dia surpreende, na cozinha do restaurante, uma conversa do dono com um vendedor de máquinas de lavar pratos sobre a compra e a colocação de um desses engenhos. Ele e os colegas chegam à conclusão que isso significa o fim do emprego de Nicolau. (...) Com raiva e revolta, Nicolau se insurge contra a injustiça, pensa em dizer umas verdades ao patrão, em fazer um escândalo, até em pôr fogo no restaurante. Por enquanto vai vagando sem rumo, refugia-se num botequim, embriaga-se, deixa-se arrastar por uma prostituta. Chega em casa de madrugada e pouco tempo depois já se encontra no emprego. Daí a pouco é chamado pelo patrão: este lhe explica que é ele quem vai manipular a máquina, destinada a facilitar-lhe o serviço. Tudo não passava de um mal entendido: Nicolau volta a gostar da vida.
Em redor desse acontecimento tênue, o autor, dono de um estilo preciso e altamente expressivo, com a mor e ternura, faz reviver toda a vida de dois seres humildes, que exemplifica a existência de milhões. Obra-prima de um escritor que domina a sua arte, conduz a sua história com mão de mestre e sabe prender e comover o leitor." Paulo Rónai