A CIENCIA E A QUESTAO VITAL DA REVOLUÇAO
Mikhail Bakunin
(0) votos | (0) comentários
Sinopse
No presente ensaio, de 1870, Bakunin dirige-se à juventude russa na tentativa de colaborar para a organização revolucionária na Rússia czarista, denunciando os “socialistas retóricos”, segundo sua própria denominação. O próprio Bakunin explica o contexto em que se insere seu artigo:Após os decembristas, o liberalismo heróico da nobreza instruída degenerou em liberalismo livresco, em doutrinarismo mais ou menos douto. Desde logo, sua impotência, evidentemente, só cresceu: o verbo tornou-se ato de coragem; o espírito discursista, inteligência; a palavra vazia, eloqüência; e as leituras, ação. A causa real foi esquecida; bem mais, puseram-se a desprezá-la; e do alto de uma satisfação metafísica de si, consideraram todas as idéias revolucionárias, todas as tentativas corajosas de protestação pública como fanfarronadas pueris. Falo com conhecimento de causa, pois, nos anos 30, entusiasmado pelo hegelianismo, eu próprio incorri nesse erro.” E, desta maneira, diferencia sua proposta de socialismo revolucionário de um certo “revolucionarismo verbal”, que se caracterizaria muito mais pela eloqüência e a violência do discurso do que pelas ações de fato levadas a cabo na prática. Refletindo sobre a ciência e o pensamento, Bakunin insiste na coerência entre teoria e prática, pregando um socialismo classista que exige, necessariamente, uma postura ética diante da realidade a ser transformada.