Sinopse
A obra é vista por Viveiros de Castro como a resenha de um livro imaginário que ele jamais será capaz de concluir. A obra, que se chamaria O anti-narciso, teria a intenção de “mostrar que os estilos de pensamento praticados pelos povos que estudamos são a força motriz [da antropologia]”. Ao denunciar a tendência narcisista de nossa cultura em enxergar todo saber “outro” como uma versão precária do pensamento ocidental, o autor destaca a influência da maneira de pensar do nativo sobre a imaginação antropológica, de que é exemplo o perspectivismo ameríndio. Baseando-se em sua extensa experiência com índios brasileiros, Viveiros de Castro afirma que existe uma relação de coprodução entre o antropólogo e os povos estudados. Propõe também que a disciplina busque a descolonização permanente do pensamento, o que implica reconhecê-lo em sua diferença e autonomia. Obras fundamentais da filosofia e da antropologia, O anti-Édipo - de Deleuze e Guattari - e Mitológicas - de Claude Lévi-Strauss são os pilares do livro. Publicado primeiramente na França, Metafísicas canibais – elementos para uma antropologia pós-estrutural reúne parte significativa da produção de Viveiros de Castro desde A inconstância da alma selvagem (2002) e apresenta uma formulação atual de sua teoria sobre o perspectivismo, que o consagrou no Brasil e no exterior.