Sinopse
Eram segredos guardados há séculos pelos curandeiros e bruxos africanos e, na história da humanidade, haviam sido posse apenas de alguns povos da Antiguidade e da Idade Média, como alguns egípcios e alguns celtas. Segredos que possivelmente estariam hoje enfurnados nas prateleiras secretas da Biblioteca do Vaticano, segredos que faziam parte de um conhecimento que não cabia e que nem era conveniente que coubesse no rol do que se convencionara chamar de ciência. Luanda ria: ciência limitada, branca, ocidental, capitalista e cristã. Mas o mundo não era feito apenas desses itens. O mundo era África. O mundo era Amazônia. O mundo era Oriente. E muitas eram as técnicas e tecnologias excluídas dessa cultura dominante, orquestrada pelos países economicamente desenvolvidos que, na visão de Luanda, eram também subdesenvolvidos holística e magicamente. Um mundo que pensava poder aprisionar a realidade em caixinhas estanques, um mundo que pensava – com sua tecnologia baseada apenas no lado racional – poder classificar e dominar a natureza, ignorando que havia muito mais, na vida do planeta, do que os olhos e a razão conseguiam enxergar. O mundo dos bobos – julgava ela.