Sinopse
O livro é um convite à desconstrução dos falsos modelos e ideais que nos aprisionam, pela via de uma redescoberta do corpo. Seguindo as pistas de Angel Vianna, Ligia Clark, Suely Rolnik e Gerda Alexander, a autora conduz à experimentação corporal como modo de escapar dos múltiplos dispositivos que fazem desejar, consumir, temer e estar permanentemente em falta.
O corpo como "via régia ao inconsciente" é a contribuição da autora para o campo da clínica psicológica. Pelas vias da dança, da psicanálise e das filosofias de Deleuze e Spinoza, seguindo uma perspectiva transdisciplinar, "involuindo" para tornar o corpo mais poroso e propenso a tocar "um outro plano", e então emergir com potência suficiente para a construção das múltiplas estratégias nas lutas necessárias no cotidiano.
A obra propõe o acionamento de uma sabedoria do corpo que está presente na dor, nas intensidades que costumam ser caladas - o que diz respeito a acionar também a dimensão do coletivo, o que torna essa luta simultaneamente clínica e política.
Tal direcionamento vai na contramão de perspectivas atuais no "mundo psi" que preconizam soluções cientificistas, farmacológicas, racionalistas e pragmáticas, que prometerão também um corpo saudável, uma produtividade sem limites, mas que se afastarão de uma ética da vida e de uma verdadeira saúde.