Sinopse
Em “Olhos Sujos” o que se propõe, entre cães e minotauros, é quase: quase uma revisitação às tendências imanentemente simbolistas e modernistas que, bebendo à juventude de todo autor precoce, à sua acusada inexperiência de vida e à sua inflamável subjetividade, permeiam impulsos, intentos e deslizes poéticos; quase a provação do eu-lírico que ora se condena constante e alienado, ora ousa querer a consciência, a ruptura e a plena emancipação de sua fala; quase um exercício, quase uma experimentação da linguagem que busca conduzir ao campo fértil e alucinante da poesia prosaica e do jogo de palavras, ressignificando símbolos e códigos pessoais num encadeamento fantasioso de ideias e conceitos que sugere paisagens entre a melancolia e a nostalgia, bem como mensagens cujas essências são sempre um pouco mais profundas e críticas do que parecemos ser capazes de apreender imediatamente. Em “Olhos Sujos” o que se propõe é quase um livro.