Sinopse
Soneto: literalmente, “pequeno som”. Pequena canção. Menor canção para a paixão maior. Composição fixa para expressar complexas mutações. Forma rígida para compensar o prazo fugaz. Exposição da alma, vísceras à mostra. Desnudar-se de dentro para fora. Dizer sem falar. Esclarecer ocultando. Verdade mentida, mentira verdadeira. Realidade sonhada. Delírio infinito, infinita paixão. Consciência em estado permanentemente alterado. Aprender a “fingir que é dor, a dor que deveras sente:” [ ] Melhor seria deslizar em rubras lavas Arder de frio nas fundas cavas do antigo horto Me revoltar e vencer, com as próprias clavas, Que na memória estar contigo sempre absorto Para banir de vez as tuas loucas travas. Quanta mentira! No contrário de um aborto De ti, queria o calor que em meu peito arfavas.