Sinopse
Por diversos motivos sou avesso a explicações supérfluas sobre o significado de meus poemas. Um deles é porque já dizem o que têm para dizer. Ademais, nenhum poeta, em toda a História da Humanidade, em tempo algum, chegou a uma conclusão definitiva e absoluta sobre o que é a poesia. Destarte, não me atreveria a conceituá-la – e qualquer tentativa seria canhestra. A tradição milenar é a melhor resposta. Os poemas de Novo aborto foram escritos no período entre os 23 e os 26 anos. São a prova da maturidade de um poeta que sempre viveu em busca de um estilo que o definisse. Para isso, foi preciso beber das mais distintas fontes poéticas. Dito isto, não há nada mais (nothing else) a esclarecer.
Sinta quem lê!
A linguagem poética não tem a obrigação de dizer o que é verdadeiro ou falso. Nunca foi o objetivo da poesia convencer ou argumentar, nem a do poeta de, categoricamente, afirmar. A linguagem poética trabalha com o campo das possibilidades, cabendo-lhe, inclusive, em alguns momentos, sugerir, seja o poema inteligível ou ininteligível. Sabe o poeta, por meio de técnicas, de ritmo e de meios sensoriais, intuitivos e psicológicos, aquilo que quer, no momento em que escreve, expressar, interligando suas experiências, o real e o imaginário abstrato. É por isso que nunca se deve afirmar a não concordância ao ler um poema.