Sinopse
Cruel por natureza, o conto moderno nem sempre vai direto ao ponto, mas geralmente põe o dedo na ferida. Isso supõe talvez um desafio adicional para o leitor, que, além de ser levado texto adentro para conviver com personagens rotas, cenários anti-idílicos, quando há, e subjetividades dilaceradas, defronta-se com uma linguagem no mínimo inquietante, em tudo compatível com o que o autor quer (ou ameaça) narrar. Aparentemente, isso pode aumentar o desespero, mas uma coisa é certa: o leitor não sairá incólume das narrativas. É possível que estas lhe causem o estranhamento necessário nestes tempos toscos, para ajudar a entender para que serve a realidade, que a arte imita de forma reinventada e, no caso de Um clarão dentro da noite, de J. L. Rocha do Nascimento, também saborosa, apesar de crudelíssima, em boa parte dos contos.